É interessante notar que a fé, seja no que for, em Deus, no amor, nos homens, em nós mesmos, não se perde do dia para a noite. É algo que vai desaparecendo pouco a pouco, vai dando sinais de sua decadência e aguardando desesperadamente sinais que os devolva esperança.
Infelizmente tudo é sutil demais.
É o cristão que começa a deixar de agradecer por suas refeições, na esperança de que alguém note e o convide para fazê-lo novamente.
É a menina que muda o esmalte de rosa bebe para marrom café, pra ver se alguém nota que está deixando de acreditar em romance, na esperança de que um príncipe note e lhe traga flores.
É o rapaz que passa tanto tempo sozinho, fazendo planos macabros, na esperança que alguém o note, perceba sua solidão e o resgate daqueles pensamentos.
É a mãe solteira que olha desolada para o filho recém nascido na esperança de que alguém de sua família ou o pai da criança apareça para apoiar-lhe naquela situação.
Mas o final é idêntico embora as conseqüências diferentes. No final ninguém aparece até que a fé morra por completo. E depois, olham horrorizados, para aquelas pessoas "más" a quem, antes, ignoraram por completo.
Aquele que gritou aos quatro ventos que Deus não existe mais. Aquela que não se importa com relacionamento e sentimentos. Aquele que entrou numa escola e atirou em crianças. Aquela que abandonou o filho no lixo.
Olham todos como culpados, mas não notaram os detalhes que pediam socorro e não agiram com detalhes que trouxessem de volta a esperança. São só detalhes sem importância. São só detalhes.